quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Viver de arte é:

Viver de arte, seja ator, músico, compositor, artista plástico, produtor é gratificante, é mágico, eu como ator me sinto sempre nas núvens quando estou com aquela luz me esquentando o rosto, me sinto completo quando emociono, quando consigo quebrar a quarta parede que separa eu da platéia e sinto o coração deles pelo meu; Como produtor é agoniante estar por de trás dos panos, mas é magnífico a emoção de ouvir as palmas e saber que você fez parte daquilo, que contribuiu para que o espetáculo fosse o melhor que se podia! Isso tudo é gratificante!
Mas por vezes e não são poucas me sinto um lixo, me sinto com a faca no pescoço, sinto que ser artista ou trabalhar com isto é sinônimo de contas em atraso, contagem de moedas, me sinto não raras as vezes à mendigar para receber, o que é ridículo! Lamento por aqui no Brasil e não só comigo, mas com a maioria quase que absoluta dos artista sermos tratados de forma tão indigesta, afinal, vendemos um serviço assim como qualquer outro. Minha pergunta é, quando contrata-se um encanador, eletricista, jardineiro ou o que for, ao fim do serviço prestado as pessoas pagam por isso não? E porque com os artistas não é da mesma forma? Por que cargas d'gua as pessoas acham que artistas são secundários, são dispensáveis, irrelevantes? Nestas horas me sinto péssimo! Nossa profissão é louvável pois levamos até as pessoas aquilo que nenhuma fabriqueta leva, levamos a emoção única! Fabricamos sorrisos e por vezes lágrimas, as pessoas hoje em dia buscam aquilo que elas já não tem nos lares, trabalho, buscam carinho, buscam sorrisos, buscam encontrar a sua verdade no lúdico! Lamento que apenas uma pequena parcela da iniciativa privada atenta por isso e apenas essa pequena parcela que nos respeita pagando em dia e nos valorizando como profissionais e nos respeitando enquanto cidadãos, afinal temos contas, parcelas, carnês como qualquer ser.

domingo, 30 de outubro de 2011

Teto de Vidro

Em época de escola eu era estudioso, não muito bonito, mas muito divertido, todos ficavam junto de mim por eu ser o brincalhão, o "palhaço" da turma. O ruim de ser o "gordinho brincalhão", "palhaço da turma", é que você aos olhos dos outros perde o direito de estar entristecido e tem o dever de estar sempre alegre e fazer com que os outros riem.
Hoje é diferente, sou mais duro, de menos sorriso, incisivo, me chama de "ogro", como se eu tivesse uma couraça natural onde nada me atinge e claro (aos olhos dos outros) eu sou inatingível, não posso ser frágil e nem ter problemas com o coração, a final, uns dizem que não tenho coração, e claro, todos brincam com isso, sou o ogro, o grosso da turma, o invulnerável e por conta disso posso ser chamado e apelidado e brincar do que for comigo e todos me falam o máximo de verdade a meu respeito, afinal, não posso ficar chateado já que sou duro. Eu ouço tudo quieto e me machuco sim, só não aparento e o engraçado é que quando eu também falo verdade as pessoas se machucam muito, ou seja, sempre é um festival de pedras uns nos telhados dos outros, não acho errado realmente sermos honestos, mas quando meu telhado é de cristal tenho de tomar cuidado antes de quebrar dos outros.
Vivendo e aprendendo.

domingo, 9 de outubro de 2011

Recomeço


Desde 2007 tenho me sentido fora do plumo, longe do equilíbrio, um peixe fora d'água, um pássaro longe do ninho, longe do meu foco, aliás foco eu sempre mantive, mas não no objetivo correto. Vivi sonhos que não eram meus, depositei meu tempo e energia em desejos de outros e me enganava e me desapontava na mesma proporção que negava minha paixão.
Hoje pus um basta nisso, em fim chega de tentar buscar minha felicidade na estabilidade financeira, depositar minha felicidade no décimo terceiro salário, férias remuneradas, carro do ano, chega de viver acreditando que "ter" me fará feliz, pois sei que "ser" é onde esta minha paz de espírito, onde realmente mora a minha felicidade, quero SER um homem honesto apenas, que pode escolher por viver sem muitos luxos domésticos, mas em compensação fazendo o que gosta, e mais, ganhando dinheiro e vivendo honestamente do trabalho que ama, estudando e exercendo o que há muito descobri que faço bem e sou apaixonado, que é emocionar, fazer brilhar os olhos e colocar sorriso no rosto de quem me assiste através do palco, através da arte. Isso é que quero para mim, sei que não é fácil, sei que é uma luta a cada dia, que as dificuldades são muitas e que nada vem de graça, mas também sei que é com trabalho que se conquista as coisas, que é só com ele que merecemos o sucesso, e disso não tenho medo, não me acanho em colocar a "mão na massa", aliás, o que mais quero é isso, é depositar minha energia naquilo que me faz feliz, que é o teatro. Quero poder fazer parte disso até quando Deus me permitir e quando não puder mais responder por mim e pisar em um palco, peço que o Pai Maior me chame pra junto dele pois não terei mais razão de existir.
Hoje é o recomeço dos meus sonhos, posso até recuar se preciso, mas não desistir, é apenas por amor que avanço e só por ele recuo.
"Não disseram que seria fácil, disseram somente, que valeria a pena."

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Arnaldo Jabor falando do RS.

Arnaldo Jabor falando do Rio Grande do Sul! Pois é. O Brasil tem milhões de brasileiros que gastam sua energia distribuindo ressentimentos passivos. Olham o escândalo na televisão e exclamam ‘que horror’. Sabem do roubo do político e falam ‘que vergonha’. Vêem a fila de aposentados ao sol e comentam ‘que absurdo’. Assistem a uma quase pornografia no programa dominical de televisão e dizem ‘que baixaria’. Assustam-se com os ataques dos criminosos e choram ‘que medo’. E pronto! Pois acho que precisamos de uma transição ‘neste país’. Do ressentimento passivo à participação ativa. Pois recentemente estive em Porto Alegre,onde pude apreciar atitudes com as quais não estou acostumado, paulista/paulistano que sou. Um regionalismo que simplesmente não existe na São Paulo que, sendo de todos, não é de ninguém. No Rio Grande do Sul, palestrando num evento do Sindirádio, uma surpresa. Abriram com o Hino Nacional. Todos em pé, cantando. Em seguida, o apresentador anunciou o Hino do Estado do Rio Grande do Sul. Fiquei curioso. Como seria o hino? Começa a tocar e, para minha surpresa,todo mundo cantando a letra! ‘Como a aurora precursora do farol da divindade, foi o vinte de setembro o precursor da liberdade’. Em seguida um casal, sentado do meu lado, prepara um chimarrão. Com garrafa de água quente e tudo. E oferece aos que estão em volta. Durante o evento, a cuia passa de mão em mão, até para mim eles oferecem. E eu fico pasmo. Todos colocando a boca na bomba, mesmo pessoas que não se conhecem. Aquilo cria um espírito decomunidade ao qual eu, paulista,não estou acostumado. Desde que saí de Bauru,nos anos setenta, não sei mais o que é ‘comunidade’. Fiquei imaginando quem é que sabe cantar o hino de São Paulo. Aliás, você sabia que São Paulo tem hino? Pois é… Foi então que me deu um estalo. Sabe como é que os ‘ressentimentos passivos’ se transformarão em participação ativa? De onde virá o grito de ‘basta’ contra os escândalos, a corrupção e o deboche que tomaram conta do Brasil? De São Paulo é que não será. Esse grito exige consciência coletiva,algo que há muito não existe em São Paulo. Os paulistas perderam a capacidade de mobilização. Não têm mais interesse por sair às ruas contra a corrupção. São Paulo é um grande campo de refugiados,sem personalidade, sem cultura própria, sem ‘liga’. Cada um por si e o todo que se dane. E isso é até compreensível numa cidade com 12 milhões de habitantes. Penso que o grito – se vier – só poderá partir das comunidades que ainda têm essa ‘liga’. A mesma que eu vi em Porto Alegre. Algo me diz que mais uma vez os gaúchos é que levantarão a bandeira. Que buscarão em suas raízes a indignação que não se encontra mais em São Paulo. Que venham, pois. Com orgulho me juntarei a eles. De minha parte, eu acrescentaria, ainda: ‘…Sirvam nossas façanhas, de modelo a toda terra…’ Arnaldo Jabor

Doente Imaginário sai em Dezembro!

Espetáculo teatral que encerra o curso de teatro da turma adulta 2011!
Argan e Cia esperam por você! Venha rir conosco!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Sonho... história completa.





Sem muitos rodeios.
Tudo começou quando pequeno, entre 4 e 5 anos, deitado no meu berço acordei e sobre mim estava uma mulher suspensa, negra, cabelos crespos, olhos grandes, sem braços e pernas e olhos fixos em mim, nenhuma expressão facial, pulei do berço e corri para o quarto dos meus pais.
Desde então sempre tive sonhos muito reais em locais repetidos e todos dentro da mesma cidade, muitas vezes sonhava dias a fio no mesmo local ou indo de um local para outro dentro desta mesma cidade, fato é que uma noite dessas lembrei de todos os locais e consegui de forma clara organizar os locais de forma coerente e situa-los dentro desta cidadela, além disso lembrei de pessoas, moda, veículos e organização social desta cidadezinha do mundo dos sonhos, tudo isso me foi permitido devido à dezenas de noites mal dormidas sonhando com estes locais ao longo dos anos, e agora vou tentar expor.
Não vou escrever minhas impressões, apenas descrever locais, pessoas, situações.
Primeiro vou tratar de onde acho (apenas acho) que se localiza esta cidade.
Acredito que seja uma cidade espiritual na costa do Umbral, não é um lugar de luz devido a condição das pessoas que lá vivem e nem da situação que os locais com os quais sonho se encontram.
Locais
Basicamente sonho com:
Estação ferroviária, metroviária e rodoviária.
Três prédios públicos, hospital, escola e morada.
Dois centros comerciais.
Uma mesquita.
Um cinema.
Três casas particulares, uma em ruínas, uma burguesa e outra em sítio.
Uma praia.

Estação Ferroviária:
Lembro de vários sonhos estar em uma estação de trem, as vezes ia em um sentido, as vezes em outro. O trem lembra muito os de Porto Alegre, bancos vermelhos e paredes amarelas, quase creme, portas de ambos os lados. No trem encontrava todo o tipo de gente,adulto, criança, mulheres, homens, jovens e idosos, não havia música ou muito diálogo, lembro do sol entrando pela janela, sempre havia lugar vago, ali eu descansava por vezes e até ficava sereno vendo a luz entrar pelas janelas. Haviam 3 estações que eu frequentei, uma delas tinha plataforma estreita, e dali enxergava um viaduto onde o trem passava depois de algumas voltas, neste viaduto moravam pessoas da rua, miséria, escuridão e umidade eram presentes sempre que passava por ali, medo era inevitável, nesta plataforma algumas vezes caí e vi caí pessoas nos trilhos, nunca houve pelo que sei nenhum acidente, apenas bons sustos. A outra plataforma ao contrário da primeira era bem maior, esta tinha primeiro e segundo piso, lembra as plataformas do Trensurb, porem esta tinha suas particularidades, haviam quatro escadas rolantes, duas subiam e duas desciam, no piso superior havia bancos para sentar, mas não passava trem, e havia uma esteira de malas como nos aeroportos, o compartimento desta esteira era no fundo da estação e lá tinha uma sala cheia de quinquilharias diversas, malas, roupas, baldes, vassouras, um canto de achados e perdidos, com uma luz verde e muita poeira, muito me escondi nesta sala com maleiros e sem janelas, esta ficava entre os dois banheiros da estação. No piso inferior era onde o trem passava, esta era ampla e não havia tantas pessoas, ou se haviam, não pareciam muitas dado o tamanho da plataforma. A terceira e última estação não lembro muito, visto que sonhei uma única vez, esta passei mais do lado de fora do que de dentro, do lado de fora havia um estabelecimento que deveria ser uma loja, este era de assoalho com tábuas largas, paredes brancas pintadas com cal e rodapés machados com cera vermelha, portas e tetos muitos altos, muitos dos móveis que também eram gigantescos, de aparência antiga e de madeira ou vidro estavam contra as paredes e enchendo duas das salas deste estabelecimento, os funcionários (talvez vendedores) revelavam com seus uniformes uma moda diferente de tudo que já havia visto, algumas moças usavam calçolas tamanho grande e camisetoes verde musgo desbotado e os rapazes uma espécie de botina, calças com cortes diferentes dos da moda que conhecemos e camisetões extra grandes, poucos arrastando móveis que eram pesadíssimos e outros tantos sentados e deitados de barriga no assoalho conversando da mesma forma que alguns na rua próximo aos pilares de concreto que cercavam a estação, dali peguei um veículo semelhante a um táxi e fui já atrasado para outro local.
Estação rodoviária:
Esta lembro muito pouco, sempre estava atrasado e as viagens sempre eram longas, não era ônibus interurbano, era simples e eu sempre embarcava próximo a um centro comercial bem humilde e sujo, só disso que lembro, neste local era sempre a tardinha e nunca havia sol, sempre nublado e com o chão calçado e molhado como se recem tivesse chovido, no chão misturava sujeira de cidade, barro, sopa de papel de panfleto e lixo em geral.
Estação metroviária:
Dessa não escrevo das estações, mas dos túneis que levam as estações, estes eram movimentados, sempre havia correria, eram amplos e numerosos, várias salas de máquinas e reformas em vários pontos, não havia tapume que separava as obras dos usuários, tudo podia ver, luz era mais fraca e lembro de várias vezes me perder ou pular guichês de bilhetes, havia escadas com três degraus entre alguns túneis e seus saguões de compra de bilhetes, e eu sempre aí dos túneis subindo uma escadaria de mais ou menos quinze degraus e me encontrava em uma calçada com uma espécie de revistaria e uma árvore ao lado e o vai e vem dos carros em uma avenida em frente a revistaria.

Prédios
Morada:
Havia um único edifício de dimensões inigualáveis e com dezenas de dezenas de apartamentos onde como tudo naquela cidade, os andares correspondiam a situação financeira, onde os andares mais baixos eram mais miseráveis e sujos e os mais altos limpos e sofisticados, todas as portas de entrada davam para o centro do prédio, de forma que todos viam as portas de todos, as escadas frágeis de metal contornavam as paredes e o corrimão era fino e rangia, nada seguro. Não morava ali, sonhei muitas vezes de estar fugindo de alguém e lembro de invadir e me esconder em muitos apartamentos, lembro de entrar em um que acredito ser mediano, paredes, janelas, portas e cortinas brancas, nenhuma decoração, luz branca. Me lembro de quando fugia de me esconder em apartamentos dos últimos andares, estes tinham paredes de carvalho, móveis de couro e tv's finas porem de marcas que não conheço, tinham sacada com vidros fumê, certa vez tive de pular de uma sacada para outra, tal era a perseguição.
Este prédio sonhei muitas e muitas vezes, inclusive quando criança desenhei as portas de cor verde para um adulto, muitas das portas tinha cadeado além da fechadura. Porém existiam no térreo três locais que me deixam curioso, com medo e muito intrigado, lá eu me escondia, um deles era cheio de tubulações enormes, lá era empoeirado, ninguém ia além de mim e um amigo que certa vez levei, existia uma fenda em uma das paredes em que eu passava com dificuldade, esta fenda dava abertura para uma sala enorme a esquerda e outra a direita, a dá direita eu entrava por uma fissura na parte de baixo da fenda, nessa saleta que era pequena havia muito pó e restos de coisas, caixas, roupas, ratos e muita cinza, como se fosse um grande filtro de condicionador de ar, era escuro e a pouca luz que vinha era de uma pequenina janela no canto mais alto de uma das paredes, ali eu nem alcançava. Na sala da esquerda o espaço era maior, lá era como se fosse um laboratório desativado, havia bancadas enormes de metal, muito pó, esqueletos de ratos no chão e esqueletos de pássaros em gaiolas nas paredes, no centro da sala havia um gerador enorme e na parede do fundo um exaustor gigantesco e que era a única coisa que se movia naquela sala fazendo um barulho com suas hélices de 1 metro cada, logo este mega exaustor ocupava toda a parede, as bancadas de metal tinham muitas ferramentas que eu não conheço sobre elas e cobertas de pó também. Lugar também sem luz, mas com luminosidade melhor pois era cercado de janelas no alto das paredes em toda sala e a luz cinza que vinha do exaustor. Lá era uma mescla de medo e segurança, já que ninguém conhecia além de mim.
Escola:
Esta, sonho não faz muitos anos, ela fica em uma rua ingrime, em frente a uma parada de ônibus e uma carrocinha de algo que lembra, e apenas lembra um cachorro quente, a entrada deste prédio me recorda a entrada da D'arte em Canela, uma escada de cada lado que se encontram em uma porta grande de madeira, lá dentro várias salas, havia um elevador e a opção das escadas, elevador geralmente cheio, escadas nem tanto, em um dos últimos andares havia as salas onde tinham computadores e a biblioteca, livros que nunca vi, assuntos que nunca ouvi falar, um dos banheiros eram simples, porem havia uma ala deste prédio como se fosse um internato, onde haviam banheiros longos com vários mictórios e gabines, este lugar era limpo apenas de manha, no resto do dia o chão era uma mistura de papel higiênico, folhas de caderno e urina, o cheiro era terrível e sempre perigoso, haviam em média de umas vinte gabines com portas de madeira que permitiam ver os pés de quem estava dentro.
Hospital:
Este foi um dos lugares mais horríveis que estive, mais uma vez os andares definem a posição social, os mais elevados eram limpos e brancos, com vidros e ótimo atendimento, já outros andares eram depósitos humanos, não me permitiam ir nos andares mais elevados, já nos outros andares eu não era notado, um dos andares me marcou muito, andar de deficiência física, neurológicas e acidentes, neste andar lembro muito os corredores do Hospital Santa Marta em Porto Alegre, porém todas as portas eram brancas, o chão era creme e muitos doentes vagavam pelos corredores, todas as portas eram destrancadas, eu vira volta abria uma destas portas, nos quartos as luzes eram cor vermelha, lembra muito as salas que revelam fotos na banheira e penduram em um varal até as fotos secarem com aquela luz vermelha. Dentro destes quartos ví de tudo, dementes amarrados nas camas, gente sem uma parte da cabeça, gente em camisa de força, gente gritando e enfermeiro tentando conter, gente na mesa de cirurgia sendo amputada, gente sendo cerrada e em alguns quartos a luz era branca, havia cadeira geralmente ocupada por algum demente, ninguém falava ou se importava com minha presença, havia também quem limpava o local, usavam roupa verde água e passavam bruxas no chão tão sujas que apenas espalhavam mais a sujeira, Muitos dos doentes estavam no chão dos corredores e ninguém se importava. O que mais me chocou neste local é em algum local aberto, como se fosse o térreo do prédio, lá havia muitos gritos e um som com música alta, com o objetivo de abafar os gritos de dor, lá era um grande depósito de meio mortos, havia uma grande piscina, realmente enorme, quem lá caía não sobreviveria a queda e se sobrevivesse não conseguiria subir, tal era a altura, lá havia um trampolim, os enfermeiros ou quem coordenava a bagunça iam empurrando as pessoas mutiladas ou dementes para este trampolim, estes caíam em uma pilha de corpos, onde alguns já estavam mortos e outros urravam agonizando, ratos comiam corpos, corvos e urubus na volta e a música sempre alta, os coordenadores que jogavam os corpos vivos nesta piscina humana pareciam indiferentes e até quase faceiros com a situação e a música alta, um verdadeiro inferno, não consigo descrever a sensação e nem o local por mais que escrevesse, mas este foi o local dos quais mais me perturbou.

Centros comerciais
Centro comercial menor:
Este se localizava próximo a parada de ônibus que eu embarcava, lá eram bancas pobres a maioria vendia coisas da moda e produtos eletrônicos nada parecido com o que conhecemos, os produtos eram na maioria repetidos, o local cheio de goteiras, pouca mercadoria, péssimo atendimento, lugar perigoso e escuro já que estava sempre nublado, telhado em curva e tudo barato, eu nunca tinha dinheiro, por isso só olhava, este local ficava umas 4 quadras da escola e seis do centro onde estava a mesquita. Havia quase uma sobre loja e lá era um pouco mais limpo, as roupas ficavam dobradas em prateleiras de madeira, luz tinha, mas havia muito assalto, várias vezes assaltaram o local, eu mesmo tive oportunidade roubar no local em meio a bagunça, cheguei a pegar a mercadoria na mão e esconder embaixo da blusa, mas devolvi.
Centro comercial maior:
Este era amplo e ficava no centro, duas quadras da mesquita porem na direção oposta da escola, também ficava perto do cinema e paralelo a uma rua cheia de drogarias, este centro tinha cinco saídas e uma saída e entrada para funcionários, porta pequena salinha branca de alvenaria. A ordem deste centro comercial era confusa, uma loja de roupas cheia de cabides ficava ao lado de uma lancheria estilo McDonalds porem muito mais sujo, eu podia passar entre as roupas e quando me dava conta estava na lancheria, existia outras lojas com poucas roupas e alguns chapéus, o que eu mais achava e acho engraçado é a moda da cidade-la, é algo diferente e inexplicável, não nem semelhante com algo que já vestiu ou vestirá alguém do planeta Terra, lembro que uma das saídas tinha uma lojinha de eletrônicos e roupas, não me dava bem com o dono desta loja que sempre tentava roubar dos clientes. No centro onde todos os corredores deste centro comercial se encontravam não havia nada, apenas enormes salas como as salas vip's de ônibus interestadual nas rodoviárias, porem tudo limpo e vazio, me lembro apenas de um conhecido no qual eu abanava de um lado do vidro e ele não vinha ao meu encontro. Lembro também de uma quadra após este centro haver um grande e único mercado onde toda essa gente compravam seus mantimentos, era tão lotado, sujo e confuso que eu não conseguia entrar.
Mesquita:
Esta nunca entrei, é como se fosse uma mesquita Israelita, mas não sei dizer, a religião moda, não totalmente diferentes de tudo que já vi, nesta praça aconteceram muitas coisas, houve certa vez uma guerra civil nesta cidade, em um outro sonho esta guerra civil continuava, provando que o tempo corria em uma velocidade natural e que meus sonhos eram em sequência, além disso, essa mesquita é o centro/vértice de toda a cidade, uma rua que liga a mesquita ficam muitos ambulantes no chão, sujos, vendendo quinquilharias, outras das ruas dá em uma passarela e em vários pontos de ônibus, lá muito comi pois é mais barato, na passarela vende-se doces e salgados apenas. Passei por esta mesquita no último sonho que tive onde o Alexandre me perseguia, o Alexandre me seguia pelo meu padrão vibratório como se me farejasse, ele não corria, apenas pisava forte como se tivesse toneladas e tinha uma neblina negra envolta dele, como se ele fosse o demônio, além do som gutural que vinha dele, apesar disso ele se vestia bem, com uma camisa azul marinho com riscas, calça social e sapato, neste sonho passei pela rua das drogarias onde escondi uma mochila e despistei o Alexandre entrando em um cinema que confundi com uma loja.
Cinema:
Este cinema tinha o saguão com paredes pretas, uma escrivaninha em uma das paredes onde tinha uma recepcionista de biquíni, nas paredes haviam cartazes dos filmes, todos pornôs. Recepcionista era albina, olho azul quase branco, corpo magro e manchas que eu suspeito fosse câncer de pele e um cabelo branco que ela tentou pintar de perto que ganhou tons brancos e castanhos, de repente abrem-se as portas das salas de cinema e começam a sair os casais e isso mais uma vez me chocou, eram pessoas deformadas, rostos deformados, alguns homens com rostos queimados de cabelo cumprido usando roupas femininas, mulheres sem pernas e todos encarando tudo isso com naturalidade, casais de mãos dadas sem ligar para roupa ou deformidade, lembro que todos pegaram o metrô e eu estava em uma encruzilhada próximo ao grande mercado, e apenas isso.

Três casas particulares
Casa em ruínas:
Tinha aparência de que em algum momento tinha sido uma bela casa, aliás, como tudo naquela cidade, esta casa era dividade em três partes, dormitórios na parte da frente, junto com demais dependências, logo atrás havia uma piscina toda rachada e depois um quiósque e carros destruídos, apenas isso, uma casa muito semelhante a esta só que muito maior, lembrando as colôniais com inúmeros quartos eu lembro de invadir no campo durante uma guerra, lembro de termos matado vários soldados, que chovia e que nas paredes tinha peças de rostos e as camas estavam molhadas por conta da chuva e telhado destruído, chão de madeira escura, muita gente morta, este sonho tive aos oito anos.
Casa maior:
Esta casa ficava próximo ao prédio residencial que tinha citado, esta casa era grande, ampla e limpa, nela morava a outra pessoa além do Alexandre que eu conhecia deste lado, que era o Pedro Henrrique Lunardi dos Santos, ele tinha um quarto pequeno no segundo piso desta csa e vários brinquedos, uma cama de colcha azul e a janela dava para o pátio da casa e uma rua sem nenhuma outra casa, no mesmo piso do quarto do Pedro haviam outros quartos encarpetados e com roupeiros escuros cheiro de roupas encabidadas, tv's que apenas chiavam sem sinal e cama de casal com adredons brancos e cobertores marrom escuro como os roupeiros, lembro de eu me escondendo entre as roupas, com medo que me achassem, o Pedro nunca estava ou nunca este lá, sei que ali era morada dele, mas nunca vi ele ali, como se tivesse saído as pressas junto com todos daquela casa.
Sítio:
Havia um sítio que eu era perseguido por uma família, lembro que a casa era de madeira, com um porão dois andares e um sótão, porem era construída de qualquer jeito, impressão que cairia a qualquer momento, lembro que certa vez fui encurralado e tive de subir ao sótão quando cheguei lá ouvi um zumbido, como estivesse em uma colméia, quando olha nas paredes, todas as paredes cobertas por insetos que zumbiam raivosos, tentei não respirar, mas não houve jeito, fui atacado e quase morri, meu maior medo não era morrer, era ir para o hospital e ser jogado na piscina humana.
E em fim a praia, lá não lembro muita coisa, sei que era como se fosse uma vila de pescadores onde as águas e ondas invadiram a praia e a vila e matou quase todos afogados, todos que de certa forma eu conhecia, tinham morrido afogados e eu tinha escapado pois fui para um local pedrogoso e mais uma vez miserável onde tudo era cinza e lá não tinha nada além de barro, cinzas, pedras e nuvens.

O que posso dizer de tudo isso é que visito este lugar, não sei qual minha missão, mas sei que já presenciei uma guerra realmente grande e um conflito civil, lá as pessoas tem todas defeitos no corpo ou algum tipo de deficiência, há poucas crianças e idosos, sujeira, barro, cinzas, pó e pobreza dominam este local, a moda, veículo, religião, comida são diferentes daqui, a dor é algo comum entre todos, não existe espelho e nem sorriso na cidade, existe uma espécie de rotina e organização social, mas não vi governo e nem instalações deste gênero, existe o desejo sexual por conta do cinema pornô, existe riqueza mas não existem quase ricos, tudo é muito velho e sujo, o cheiro é de fumaça, terra molhada, chove pouco, mas esta sempre tudo úmido e o único lugar que vi o solo foi dentro do trem e nada mais.
Não sei o que isso tudo quer dizer, sei que existe, mas não sei onde é e não gostaria de ir para lá, mas sinto quase como uma certeza meu ingresso neste local.

MK

Privacidade é isso.



Conceito.: Privacidade é a habilidade de uma pessoa em controlar a exposição e a disponibilidade de informações acerca de si.

Mas para mim é muito mais, é poder tomar banho e me trocar no quarto, é checar meus e-mails apenas de cueca na sala com o televisor ligado, é ir ao banheiro de porta aberta, é caminhar sem receio de acordar ninguém, é faxinar de madrugada, escovar os dentes na cozinha, é lavar a louça no outro dia depois de uma festa do arromba em casa, é derramar vinho tinto/molho vermelho/etc na toalha e não se preocupar o que vão pensar/dizer, afinal, a toalha é sua e quem vai limpar é você. É levar a sua parceira para a sua cama e fazer o barulho que tiver de fazer em uma noite mais "quente", é dormir no sofá com a TV ligada... e por aí vai.... saudade dessa privacidade.

MK


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Família que a tempos não sentia.

Ontem foi um dia muito especial.
Saí de carro junto da minha companheira e minha enteada.
Coloquei música e cantamos, parece "retardatismo" ou feliz por nada, mas para mim foi muito.
Enquanto não sou pai, sempre serei o filho, e agora me sinto construindo uma família aos poucos, conquistando a confiança e me sentindo responsável por outros e isso, ah, isso não tem preço.

domingo, 14 de agosto de 2011

CASA ARRUMADA


Casa arrumada é assim:

Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa
entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um
cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os
móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no
meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos, netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.


Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

terça-feira, 26 de julho de 2011

O Doente Imaginário.

Essa cena eu acho um máximo!



CENA

IArgon: (sentado no quarto, revê as contas do farmacêutico e fala consigo mesmo)Três e dois, cinco, e cinco, dez, e dez, vinte. Mais, do dia vinte e quatro, pelo pequeno clister insinuativo, preprador e emoliente pra amolecer, umedecer e refrescar os intestinos do meu estimado cliente, trinta. O que mais me agrada no Sr. Slores, da farmácia, é que suas contas são muito gentis. Intestinos do meu estimado cliente! Certo, Sr. Flores, mas não basta a gentileza, é preciso, também, ser razoável e não explorar os doentes. Trinta, por uma lavagem! Isso não se faz com um estimado cliente. Nas contas anteriores, o senhor cobrava vinte, o que queria dizer dez, pois bem, são dez. E, no mesmo dia, por um grande clister purificador feito de ruibarbo, mel e outras ervas, de acordo com a receita, para lavar e limpar as entranhas do estimado cliente, mais trinta". Com a sua permissão, dez. Mais, no mesmo dia, à noite, por um xarope hepático, soporífero e sonífero, preparado para fazer o senhor dormir, trinta e cinco. Disso, não tenho queixa, me fez dormir muito bem. Dez, quinze, dezesseis, dezessete. Mais do dia vinte e cinco, um bom laxante e fortificante, feito de extrato de vegetais, conforme receita do Dr. Purgan, para expulsar e evacuar a sua bílis, quarenta. Vamos, Sr. Flores, isso é brincadeira: convém entender os doentes. Na receita, o Dr. Purgan não mandou cobrar tanto. Ponha, ponha trinta, por favor. Mais, no mesmo dia, uma poção tranquilizante e adstringente, para o repouso do meu prezado cliente, trinta. Vejamos, dez. Bem, quinze. Mais, do dia vinte e seis, de uma lavagem contra gases, trinta. Dez, Sr. Flores, dez. Mais, do dia vinte e sete, remédio para equilibrar as substâncias líquidas do corpo, dez. Fico muito satisfeito, quando o senhor é razoável. Mais, do dia vinte e oito, uma dose de soro leitoso e adocicado para tonificar, temperar e refrescar o sangue do senhor, vinte. Bom, dez. Mais, uma poção cordial e preservativa, composta de doze grãos de benzoato, xarope de limão, romã e outros, segundo a prescrição, cinquenta. Ah! Calma, Sr. Flores, por favor. Se cobrar dessa maneira ninguém mais vai querer ficar doente. Fique satisfeito com quarenta. Então, este mês, eu tomei uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze lavagens; mês passado, paguei doze remédios e vinte lavagens. Não é de espantar que eu não esteja tão bem este mês como no outro. Vou falar com o Dr. Purgan para que dê um jeito nisso. Vamos, tirem tudo daqui. Tem alguém aí? Ninguém. Eu estou dizendo que me deixam sempre sozinho: Não há meio de fazer com que fiquem comigo. (Toca uma campainha para chamar as pessoas) Ninguém ouve; mas a campainha está muito baixa. Tlin, tlin, tlin, tlin. Está todo mundo surdo? Nieta! Tlin, tlin, tlin, tlin. E’ como se eu não estivesse tocando. Cachorra. Sem-vergonha. Tlin, tlin, tlin. É demais. (Pára de tocar, só grita) Tlin, tlin, tlin. Ah! Meu Deus, vão me deixar morrer aqui. Tlin, tlin, tlin.

Tempo! (otimismo até 2012)

Sou jovem, mas me sinto como um velho em final de vida onde cada segundo vale muito. Não me sinto ao luxo de perder tempo com pessoas e coisas que não me fazem bem, afinal o tempo é curto. Antes eu dizia: "Não sei o que quero,mas sei exatamente o que não quero". Hoje eu digo que sei o que não quero, mas acima de tudo sei o que quero e não faço cerimônia em descartar o inútil e deixar bem claro a todos tudo que quero e como quero.
E agora tem sido assim, sincero com os outros e comigo, pronto para ser feliz!
Assim começa o mês de agosto para mim, de agora até 2012 terei pouco tempo e viverei cada escolha com muita verdade.

MK

terça-feira, 12 de julho de 2011

Agradecimentos: Maratona de Monólogos


Não poderia ter participado deste Festival e encerrado o mesmo sem os devidos agradecimentos.
Primeiramente agradeço a Lisiane Berti, minha professora que teve a iniciativa e aos profissionais que dedicaram do seu tempo para somar junto aos atores e platéia, estes são Rita Gil que projetou e construiu os Troféus Elisabeth Rosenfeld; Agradeço também aos jurados que são excelentes profissionais e assim tem propriedade para julgar cada amostra, Carla Ferreira, Julio Z. e Rodrigo Cadorin.
Um abraço bem particular e carinho as pessoas que sempre me apoiaram em épocas mais difíceis, Eloisa Kohler, Adriano Weber, Eliana Kohler e Gisele Lopez, agradeço a cada um desses e dedico meu Prêmio de Melhor Monólogo Júri Popular a esses e todos que acreditam na cultura e na verdade na minha amostra enquanto ator.
Obrigado aos colegas que me acompanham hoje e aos tantos que já me acompanharam e ao Daniel Assunssão e Fabiano Hanauer que me fizeram conhecer todo este universo.

Beijos e abraços a todos!

terça-feira, 5 de julho de 2011

SHOW DO MINISTRO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS

Essa merece ser lida, afinal não é todo dia que um brasileiro dá um esculacho educadíssimo nos americanos!

Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos,o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.

O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.

Esta foi a resposta do Sr..Cristóvam Buarque:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.

"Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

"Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro.O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço."

"Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.

Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

"Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.

Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês,decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

"Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

"Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

"Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola.

Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.

"Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.

Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Gosto porque ele gosta!


Ao contrário da gélida Gramado em seus 2 graus, minha cabeça esta fervilhando com idéias!
"Eu gosto porque ele gosta."Isso é um convenção social, para mim também é falta de personalidade, falta de um monte coisas, aliás, principalmente daquela massa que fica entre as duas orelhas, por trás dos olhos e abaixo do couro cabeludo!
Sim, ou melhor, não, eu não sei se existem referências sociais de qualquer coisa hoje em dia, o que é o Efeito Lady Gaga ou a Febre Bieber? Uma é uma Drag cantando e o outro um garoto com um "tique" nervoso que faz balançar o cabelo!
O que mais me irrita não é a poluição visual da Lady Gaga ou auditiva de Justin, mas os adoradores! E o pior é que não há argumentos válidos para tal adoração, com razão é claro, hoje vivemos em uma época em que é bonito gostar disso ou daquilo e quem não se enquadra é velho, antiquado, retrô e de mais velharias! Se a mídia/moda diz: Fulano é legal, a maioria diz: "uhul eu adoro Fulano!" e alguma biba da moda diz: a moda é usar bota roxa com blusa marrom coco, todo mundo usa! O que ma acalma nisso tudo, é que passa! Mais cedo ou mais tarde as pessoas cansam de ver, ouvir, adorar tanta barbaridade (assim espero).

Fica a minha revolta! Cadê os cérebros pensantes, cadê o senso crítico, as boas idéias?
Fujam do comum, do que todos gostam, da maioria, do que "esta na moda", do que "esta na boca do povo", você é o que come, ouve e lê!
Quebrem as convenções sociais, briguem por ideais que valham a pena, o tempo é curto, então administrem de forma inteligente!

MK

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Festival de monólogos!


Pessoal, eu e minha turma de teatro estamos realizando um Festival de Monólogos.
Venham prestigiar!

...

...

Tem hora que é melhor esquecer, e esperar o dia amanhecer para saber o que a gente vai fazer...

É, tem cada noite, cada pessoa, cada lençol conta uma historia, um amor... já não me importo mais, só sei que tenho saudade!

Não vou mais me importar... só vou esperar amanhecer pra ver o que a gente vai fazer!

MK

Amor - Coríntios 13:04

O amor é

paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se

ensoberbece, não se conduz incoveniemente, não procura os seus

interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com

injustiça, mas regozija-se com verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo

espera, tudo suporta.

MK

Merda/Choro/Morte

Merda é uma palavra tão rica.

Usamos para felicidade, tristeza, como vírgula, ponto final, exclamação, no sentido real, figurado e no teatro como sorte, entre outras mil utilidades.

Mas a minha merda é outra, é merda, merda, merda, merda! É quando fizemos algo realmente ruim, sinceramente sei que não foi algo grave, mas eu me cobro por isso, tudo é uma troca, não fui competente o suficiente para dar o meu melhor e fazer valer o tempo que as pessoas estiveram me olhando, senti que cada palma fosse um agradecimento por eu ter encerrado aquele fiásco. Sei que terei mais oportunidades, mas não é sempre assim, não é tudo que há segunda chance, aliás, quase nada funciona assim, aprendi que devemos brilhar ao máximo e sermos impecáveis no que fizermos, seja arrumando a cama, seja apresentando um espetáculo para meio mundo, porque o tempo que empregamos seja no que for é um tempo que não volta mais e as vezes sinto que já vivi isso em outro momento e tenho tanto amor por este tempo, quero viver o que antes não vivi e mostrar o meu melhor para o máximo de pessoas, aliás, deixo o meu pior, deixo minhas lágrimas, minha tristeza e meu ostracismo para as paredes e alguns quadros de casa, sim porque ninguém precisa perder tempo e nem tem a obrigação de descobrir o meu pior, ninguém precisa ser forçado a me assistir. Quando colocamos a cara a bater esperamos no fundo um afago, e por isso que colocamos o sorriso no rosto e nossa melhor roupa, não é para apenas nos sentirmos bem, e sim porque esperamos sermos reconhecidos por isso, sempre procuramos o reconhecimento, esta é a palavra da moda, não querem mais o casamento feliz e um casal de filhos, querem reconhecimento e estabilidade, acho que as coisas são muito mais que isso e que minha vida vale mais que isso, mas estamos condicionados desde os primórdios a buscarmos o reconhecimento, a estabilidade e claro com isso vem o sucesso social, os "amigos de faz de conta", mas no fundo bem no fundo sabemos que nossa essência é mais simples, que somos frágeis, que as lágrimas brotam as vezes sem motivo e que não somos muita coisa, e é nessas horas que as amizades aparecem, no mais quem sempre esta presente são as paredes e os quadros, que são ótimos ouvintes e bons espectadores, me sinto bem de chorar na frente deles, de me atirar no chão e sentir meu pulsar, de ficar me sentindo como morto e vendo até que ponto não sinto a necessidade de respirar, não! Não é idéia de suicida e nem preciso de tratamento, só encaro a morte como uma etapa e tenho curiosidade de lembrar como ela é, assim como as pessoas sentem vontade de visitar algum lugar ou esperimentar algum sabor eu também sinto com a morte e isso não faz que eu ame menos minha vida, se eu não amasse não me sentiria tão mal de não fazer o meu melhor. Nunca tinha pensado que assim como as folhas morrem no inverno, nós também, acredito que no mínimo uma vez no ano deveríamos "morrer" por um dia, nos dar o direito de chorar e chorar, de culpar a nós e a todos a respeito de tudo que sentimos, de pedir comida em casa, não colocar a cara para fora, não saber se esta frio ou calor, não olhar as horas e não fazer nada além de chorar e ouvir repetidas vezes aquela música que nos deixa com o coração na mão... aiai... hoje é assim.

Morri por 2011.

MK

quinta-feira, 23 de junho de 2011

E se sexo você um comprimido?

Estava eu no banheiro, aliás, banheiro é o momento mais intimo e solitário que você tem, afinal, podemos enquanto estivermos na patente: apenas ler, conversar com alguém ou olhar para os próprios pés e reparar nos desenhos do tapete de banheiro, e eu nesse momento enquanto olhava para o tapete imaginei: "E se sexo fosse um comprimido?", claro porque não? Se existem doenças que nos causam arrepios, porque não um remédio que nos dê arrepios, nos faça ir as estrelas e relaxar? Sim eu sei que muita droga faz isso, mas fazer como o sexo, nenhuma! Se sexo fosse uma cápsula seria de tarja preta sob prescrição médica e de uso controlado! Viria acredito, em pequenas cápsulas de uso oral e opção retal via supositório caso queira que o efeito seja mais rápido e local se é que me entendem... seria bacana também em forma de ovóides caso o público feminino queira se "divertir".
Mas pense só, logo haveria tambem mais solidão, pois para que estar acompanhado se uma cápsula é mais completa? AÍ ESTA! Sexo pode ser comprado, pode até um dia ser em cápsula, mas fazer amor... aaaaaaaaah meus amigos! Aí duvido algo que substitua uma boa companhia, um cheiro, um beijo carinhoso, um toque...

MK

terça-feira, 21 de junho de 2011

Deus escreve certo por linhas certas...

Bem... como me disseram uma vez: "Deus escreve certo por linhas certas, nós que somos ignorantes e não conseguimos ler."
Há um mês atrás fui demitido, e daí em diante só tenho felicidades, a maior de todas começou em uma bebedeira de quinta-feira, e no final da noite alguns beijos revelaram uma pessoa que o destino teve o capricho de esconder.
Eu apesar de novo já havia esquecido de como era bom beijar com vontade, de estar junto por estar junto, de querer estar perto simplesmente pelo cheiro, pelo beijo, pela conversa em fim... o Destino nos reserva o melhor quando nada esta ajeitado, quando o profissional e o financeiro estão uma bagunça, aí vem aquela pessoa que te toma os pensamentos e o coração, ajuda na quebra de conceitos, te dá equilíbrio e ao mesmo tempo tira o equilíbrio, não há como descrever tudo isso, mas é muito bom! tudo começou com uma demissão inesperada e uma bebedeira para esquecer de tudo... não sei onde tudo isso vai dar, mas sei que eu vou me jogar e aproveitar ao máximo!

MK

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Pegada teatro

Tem se passado faz tempo na minha cabeça a vontade de fazer um trabalho mais corporal e com mais pegada, algo com toque, com olho no olho, que tenha energia e emoção, que trabalhe no plano baixo, médio e alto, algo meio contemporâneo, algo meio animal, mas que envolva a leveza das bailarina e uma rigidez e tensão de cada músculo... algo diferente, em uma cena rápida seria o encontro de duas criaturas, roupas pretas, tipo legin e sapatilha preta, uma mascara ou rosto todo branco, não sei bem quanto a isso, mas em fim... o encontro dos dois seres, ver o estranhamento e estudo de ambos, os olhos não se deixam, cada movimento é estudado, mas olhos se mantem como a conexão de ambas as criaturas, é um trabalho de corpo, onde cada qual vai ao chão e volta com movimentos amplos e muito cuidadosos, após e estudo um do outro começam os toques, algo mais físico e sempre olho no olho, tocam-se com mãos, pés, barriga, pescoço (lembra exercícios de máscara neutra)... tocam-se de todas as formas e sem perder o campo visual por muito tempo e nesses toques um do outro, acabam por gostar da aproximação, aí a atmosfera já muda, de conhecimento passa para um leve erotismo, uma busca do prazer, mas de forma gentil no corpo e agressiva nos olhos, em fim... não sei se é teatro, lembra a dança, mas com algum efeito de som ou alguma cabeça brilhante saem coisas interessantes, é isso que gostaria de fazer, mas claro que tem que ser com um ator menos "pudorado", um ator que acredite e que saiba onde o pé esta e onde a mão vai enquanto os olhos não se desgrudam, imagino até um rosto no rosto, onde a respiração se condensa tal a aproximidade... algo bacana...

É isso! Trabalho de pegada!

MK

Piragens teatreiras

Ando faz algum tempo com algumas idéias meio loucas e que acredito que funcionem... pensei em fazer um espetáculo mostrando diferenças do cotidiano de homens e mulheres, uma comédia mesmo, mas apenas com dois homens que precisem trocar de figurino/sexo durante a apresentação, mas aí cairia no Stand Up que para mim é legal, mas virou modismo, então ando pensando em alguma loucura sobre qualquer coisa onde haja a mudança de figurino e maquiagem (maquiagem algo bem básico) e ao invés de serem feitos na coxia todo este processo de troca de figurino, rapidez do ator, maquiagem etc, pensei justamente em retira-las e fazer da troca de figurino e correria por de traz das cortinas um espetáculo a parte e claro assim mostrar também a transformação do ator em personagem e vice e versa. Parece maluquice, e é... mas esquematizando bem e usando técnicas de estátua ou algo do gênero para que a platéia entenda o que se passa e prenda a atenção em algo que valha a pena, acho que daria certo.

MK

Música de Chico - Flor da Idade

As primeiras linhas me lembram muito a vagabundagem na qual vivo faz uma semana...

CHICO BUARQUE - FLOR DA IDADE

A gente faz hora, faz fila na vila do meio dia
Pra ver Maria
A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia
A porta dela não tem tramela
A janela é sem gelosia
Nem desconfia
Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor

Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família
A armadilha
A mesa posta de peixe, deixe um cheirinho da sua filha
Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha
Que maravilha
Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor

Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua

A roupa suja da cuja se lava no meio da rua
Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua
E continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor

Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo
Que amava Juca que amava Dora que amava Carlos que amava Dora
Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava
a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha
Que amava toda a quadrilha
Que amava que amava
Que amava toda a quadrilha que amava
Que amava toda a quadrilha

A gente faz hora, faz fila na vila do meio dia
Pra ver Maria
A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia
A porta dela não tem tramela
A janela é sem gelosia
Nem desconfia
Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor

Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família
A armadilha
A mesa posta de peixe, deixe um cheirinho da sua filha
Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha
Que maravilha
Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor

Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua

A roupa suja da cuja se lava no meio da rua
Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua
E continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor

Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo
Que amava Juca que amava Dora que amava Carlos que amava Dora
Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava
a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha
Que amava toda a quadrilha
Que amava que amava
Que amava toda a quadrilha que amava
Que amava toda a quadrilha