quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Viver de arte é:

Viver de arte, seja ator, músico, compositor, artista plástico, produtor é gratificante, é mágico, eu como ator me sinto sempre nas núvens quando estou com aquela luz me esquentando o rosto, me sinto completo quando emociono, quando consigo quebrar a quarta parede que separa eu da platéia e sinto o coração deles pelo meu; Como produtor é agoniante estar por de trás dos panos, mas é magnífico a emoção de ouvir as palmas e saber que você fez parte daquilo, que contribuiu para que o espetáculo fosse o melhor que se podia! Isso tudo é gratificante!
Mas por vezes e não são poucas me sinto um lixo, me sinto com a faca no pescoço, sinto que ser artista ou trabalhar com isto é sinônimo de contas em atraso, contagem de moedas, me sinto não raras as vezes à mendigar para receber, o que é ridículo! Lamento por aqui no Brasil e não só comigo, mas com a maioria quase que absoluta dos artista sermos tratados de forma tão indigesta, afinal, vendemos um serviço assim como qualquer outro. Minha pergunta é, quando contrata-se um encanador, eletricista, jardineiro ou o que for, ao fim do serviço prestado as pessoas pagam por isso não? E porque com os artistas não é da mesma forma? Por que cargas d'gua as pessoas acham que artistas são secundários, são dispensáveis, irrelevantes? Nestas horas me sinto péssimo! Nossa profissão é louvável pois levamos até as pessoas aquilo que nenhuma fabriqueta leva, levamos a emoção única! Fabricamos sorrisos e por vezes lágrimas, as pessoas hoje em dia buscam aquilo que elas já não tem nos lares, trabalho, buscam carinho, buscam sorrisos, buscam encontrar a sua verdade no lúdico! Lamento que apenas uma pequena parcela da iniciativa privada atenta por isso e apenas essa pequena parcela que nos respeita pagando em dia e nos valorizando como profissionais e nos respeitando enquanto cidadãos, afinal temos contas, parcelas, carnês como qualquer ser.