terça-feira, 26 de julho de 2011

O Doente Imaginário.

Essa cena eu acho um máximo!



CENA

IArgon: (sentado no quarto, revê as contas do farmacêutico e fala consigo mesmo)Três e dois, cinco, e cinco, dez, e dez, vinte. Mais, do dia vinte e quatro, pelo pequeno clister insinuativo, preprador e emoliente pra amolecer, umedecer e refrescar os intestinos do meu estimado cliente, trinta. O que mais me agrada no Sr. Slores, da farmácia, é que suas contas são muito gentis. Intestinos do meu estimado cliente! Certo, Sr. Flores, mas não basta a gentileza, é preciso, também, ser razoável e não explorar os doentes. Trinta, por uma lavagem! Isso não se faz com um estimado cliente. Nas contas anteriores, o senhor cobrava vinte, o que queria dizer dez, pois bem, são dez. E, no mesmo dia, por um grande clister purificador feito de ruibarbo, mel e outras ervas, de acordo com a receita, para lavar e limpar as entranhas do estimado cliente, mais trinta". Com a sua permissão, dez. Mais, no mesmo dia, à noite, por um xarope hepático, soporífero e sonífero, preparado para fazer o senhor dormir, trinta e cinco. Disso, não tenho queixa, me fez dormir muito bem. Dez, quinze, dezesseis, dezessete. Mais do dia vinte e cinco, um bom laxante e fortificante, feito de extrato de vegetais, conforme receita do Dr. Purgan, para expulsar e evacuar a sua bílis, quarenta. Vamos, Sr. Flores, isso é brincadeira: convém entender os doentes. Na receita, o Dr. Purgan não mandou cobrar tanto. Ponha, ponha trinta, por favor. Mais, no mesmo dia, uma poção tranquilizante e adstringente, para o repouso do meu prezado cliente, trinta. Vejamos, dez. Bem, quinze. Mais, do dia vinte e seis, de uma lavagem contra gases, trinta. Dez, Sr. Flores, dez. Mais, do dia vinte e sete, remédio para equilibrar as substâncias líquidas do corpo, dez. Fico muito satisfeito, quando o senhor é razoável. Mais, do dia vinte e oito, uma dose de soro leitoso e adocicado para tonificar, temperar e refrescar o sangue do senhor, vinte. Bom, dez. Mais, uma poção cordial e preservativa, composta de doze grãos de benzoato, xarope de limão, romã e outros, segundo a prescrição, cinquenta. Ah! Calma, Sr. Flores, por favor. Se cobrar dessa maneira ninguém mais vai querer ficar doente. Fique satisfeito com quarenta. Então, este mês, eu tomei uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze lavagens; mês passado, paguei doze remédios e vinte lavagens. Não é de espantar que eu não esteja tão bem este mês como no outro. Vou falar com o Dr. Purgan para que dê um jeito nisso. Vamos, tirem tudo daqui. Tem alguém aí? Ninguém. Eu estou dizendo que me deixam sempre sozinho: Não há meio de fazer com que fiquem comigo. (Toca uma campainha para chamar as pessoas) Ninguém ouve; mas a campainha está muito baixa. Tlin, tlin, tlin, tlin. Está todo mundo surdo? Nieta! Tlin, tlin, tlin, tlin. E’ como se eu não estivesse tocando. Cachorra. Sem-vergonha. Tlin, tlin, tlin. É demais. (Pára de tocar, só grita) Tlin, tlin, tlin. Ah! Meu Deus, vão me deixar morrer aqui. Tlin, tlin, tlin.

Tempo! (otimismo até 2012)

Sou jovem, mas me sinto como um velho em final de vida onde cada segundo vale muito. Não me sinto ao luxo de perder tempo com pessoas e coisas que não me fazem bem, afinal o tempo é curto. Antes eu dizia: "Não sei o que quero,mas sei exatamente o que não quero". Hoje eu digo que sei o que não quero, mas acima de tudo sei o que quero e não faço cerimônia em descartar o inútil e deixar bem claro a todos tudo que quero e como quero.
E agora tem sido assim, sincero com os outros e comigo, pronto para ser feliz!
Assim começa o mês de agosto para mim, de agora até 2012 terei pouco tempo e viverei cada escolha com muita verdade.

MK

terça-feira, 12 de julho de 2011

Agradecimentos: Maratona de Monólogos


Não poderia ter participado deste Festival e encerrado o mesmo sem os devidos agradecimentos.
Primeiramente agradeço a Lisiane Berti, minha professora que teve a iniciativa e aos profissionais que dedicaram do seu tempo para somar junto aos atores e platéia, estes são Rita Gil que projetou e construiu os Troféus Elisabeth Rosenfeld; Agradeço também aos jurados que são excelentes profissionais e assim tem propriedade para julgar cada amostra, Carla Ferreira, Julio Z. e Rodrigo Cadorin.
Um abraço bem particular e carinho as pessoas que sempre me apoiaram em épocas mais difíceis, Eloisa Kohler, Adriano Weber, Eliana Kohler e Gisele Lopez, agradeço a cada um desses e dedico meu Prêmio de Melhor Monólogo Júri Popular a esses e todos que acreditam na cultura e na verdade na minha amostra enquanto ator.
Obrigado aos colegas que me acompanham hoje e aos tantos que já me acompanharam e ao Daniel Assunssão e Fabiano Hanauer que me fizeram conhecer todo este universo.

Beijos e abraços a todos!

terça-feira, 5 de julho de 2011

SHOW DO MINISTRO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS

Essa merece ser lida, afinal não é todo dia que um brasileiro dá um esculacho educadíssimo nos americanos!

Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos,o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.

O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.

Esta foi a resposta do Sr..Cristóvam Buarque:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.

"Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

"Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro.O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço."

"Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.

Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

"Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.

Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês,decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

"Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

"Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

"Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola.

Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.

"Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.

Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!