sexta-feira, 13 de maio de 2011

Pegada teatro

Tem se passado faz tempo na minha cabeça a vontade de fazer um trabalho mais corporal e com mais pegada, algo com toque, com olho no olho, que tenha energia e emoção, que trabalhe no plano baixo, médio e alto, algo meio contemporâneo, algo meio animal, mas que envolva a leveza das bailarina e uma rigidez e tensão de cada músculo... algo diferente, em uma cena rápida seria o encontro de duas criaturas, roupas pretas, tipo legin e sapatilha preta, uma mascara ou rosto todo branco, não sei bem quanto a isso, mas em fim... o encontro dos dois seres, ver o estranhamento e estudo de ambos, os olhos não se deixam, cada movimento é estudado, mas olhos se mantem como a conexão de ambas as criaturas, é um trabalho de corpo, onde cada qual vai ao chão e volta com movimentos amplos e muito cuidadosos, após e estudo um do outro começam os toques, algo mais físico e sempre olho no olho, tocam-se com mãos, pés, barriga, pescoço (lembra exercícios de máscara neutra)... tocam-se de todas as formas e sem perder o campo visual por muito tempo e nesses toques um do outro, acabam por gostar da aproximação, aí a atmosfera já muda, de conhecimento passa para um leve erotismo, uma busca do prazer, mas de forma gentil no corpo e agressiva nos olhos, em fim... não sei se é teatro, lembra a dança, mas com algum efeito de som ou alguma cabeça brilhante saem coisas interessantes, é isso que gostaria de fazer, mas claro que tem que ser com um ator menos "pudorado", um ator que acredite e que saiba onde o pé esta e onde a mão vai enquanto os olhos não se desgrudam, imagino até um rosto no rosto, onde a respiração se condensa tal a aproximidade... algo bacana...

É isso! Trabalho de pegada!

MK

Piragens teatreiras

Ando faz algum tempo com algumas idéias meio loucas e que acredito que funcionem... pensei em fazer um espetáculo mostrando diferenças do cotidiano de homens e mulheres, uma comédia mesmo, mas apenas com dois homens que precisem trocar de figurino/sexo durante a apresentação, mas aí cairia no Stand Up que para mim é legal, mas virou modismo, então ando pensando em alguma loucura sobre qualquer coisa onde haja a mudança de figurino e maquiagem (maquiagem algo bem básico) e ao invés de serem feitos na coxia todo este processo de troca de figurino, rapidez do ator, maquiagem etc, pensei justamente em retira-las e fazer da troca de figurino e correria por de traz das cortinas um espetáculo a parte e claro assim mostrar também a transformação do ator em personagem e vice e versa. Parece maluquice, e é... mas esquematizando bem e usando técnicas de estátua ou algo do gênero para que a platéia entenda o que se passa e prenda a atenção em algo que valha a pena, acho que daria certo.

MK

Música de Chico - Flor da Idade

As primeiras linhas me lembram muito a vagabundagem na qual vivo faz uma semana...

CHICO BUARQUE - FLOR DA IDADE

A gente faz hora, faz fila na vila do meio dia
Pra ver Maria
A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia
A porta dela não tem tramela
A janela é sem gelosia
Nem desconfia
Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor

Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família
A armadilha
A mesa posta de peixe, deixe um cheirinho da sua filha
Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha
Que maravilha
Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor

Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua

A roupa suja da cuja se lava no meio da rua
Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua
E continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor

Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo
Que amava Juca que amava Dora que amava Carlos que amava Dora
Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava
a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha
Que amava toda a quadrilha
Que amava que amava
Que amava toda a quadrilha que amava
Que amava toda a quadrilha

A gente faz hora, faz fila na vila do meio dia
Pra ver Maria
A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia
A porta dela não tem tramela
A janela é sem gelosia
Nem desconfia
Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor

Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família
A armadilha
A mesa posta de peixe, deixe um cheirinho da sua filha
Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha
Que maravilha
Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor

Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua

A roupa suja da cuja se lava no meio da rua
Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua
E continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor

Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo
Que amava Juca que amava Dora que amava Carlos que amava Dora
Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava
a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha
Que amava toda a quadrilha
Que amava que amava
Que amava toda a quadrilha que amava
Que amava toda a quadrilha