quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Arnaldo Jabor falando do RS.

Arnaldo Jabor falando do Rio Grande do Sul! Pois é. O Brasil tem milhões de brasileiros que gastam sua energia distribuindo ressentimentos passivos. Olham o escândalo na televisão e exclamam ‘que horror’. Sabem do roubo do político e falam ‘que vergonha’. Vêem a fila de aposentados ao sol e comentam ‘que absurdo’. Assistem a uma quase pornografia no programa dominical de televisão e dizem ‘que baixaria’. Assustam-se com os ataques dos criminosos e choram ‘que medo’. E pronto! Pois acho que precisamos de uma transição ‘neste país’. Do ressentimento passivo à participação ativa. Pois recentemente estive em Porto Alegre,onde pude apreciar atitudes com as quais não estou acostumado, paulista/paulistano que sou. Um regionalismo que simplesmente não existe na São Paulo que, sendo de todos, não é de ninguém. No Rio Grande do Sul, palestrando num evento do Sindirádio, uma surpresa. Abriram com o Hino Nacional. Todos em pé, cantando. Em seguida, o apresentador anunciou o Hino do Estado do Rio Grande do Sul. Fiquei curioso. Como seria o hino? Começa a tocar e, para minha surpresa,todo mundo cantando a letra! ‘Como a aurora precursora do farol da divindade, foi o vinte de setembro o precursor da liberdade’. Em seguida um casal, sentado do meu lado, prepara um chimarrão. Com garrafa de água quente e tudo. E oferece aos que estão em volta. Durante o evento, a cuia passa de mão em mão, até para mim eles oferecem. E eu fico pasmo. Todos colocando a boca na bomba, mesmo pessoas que não se conhecem. Aquilo cria um espírito decomunidade ao qual eu, paulista,não estou acostumado. Desde que saí de Bauru,nos anos setenta, não sei mais o que é ‘comunidade’. Fiquei imaginando quem é que sabe cantar o hino de São Paulo. Aliás, você sabia que São Paulo tem hino? Pois é… Foi então que me deu um estalo. Sabe como é que os ‘ressentimentos passivos’ se transformarão em participação ativa? De onde virá o grito de ‘basta’ contra os escândalos, a corrupção e o deboche que tomaram conta do Brasil? De São Paulo é que não será. Esse grito exige consciência coletiva,algo que há muito não existe em São Paulo. Os paulistas perderam a capacidade de mobilização. Não têm mais interesse por sair às ruas contra a corrupção. São Paulo é um grande campo de refugiados,sem personalidade, sem cultura própria, sem ‘liga’. Cada um por si e o todo que se dane. E isso é até compreensível numa cidade com 12 milhões de habitantes. Penso que o grito – se vier – só poderá partir das comunidades que ainda têm essa ‘liga’. A mesma que eu vi em Porto Alegre. Algo me diz que mais uma vez os gaúchos é que levantarão a bandeira. Que buscarão em suas raízes a indignação que não se encontra mais em São Paulo. Que venham, pois. Com orgulho me juntarei a eles. De minha parte, eu acrescentaria, ainda: ‘…Sirvam nossas façanhas, de modelo a toda terra…’ Arnaldo Jabor

Doente Imaginário sai em Dezembro!

Espetáculo teatral que encerra o curso de teatro da turma adulta 2011!
Argan e Cia esperam por você! Venha rir conosco!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Sonho... história completa.





Sem muitos rodeios.
Tudo começou quando pequeno, entre 4 e 5 anos, deitado no meu berço acordei e sobre mim estava uma mulher suspensa, negra, cabelos crespos, olhos grandes, sem braços e pernas e olhos fixos em mim, nenhuma expressão facial, pulei do berço e corri para o quarto dos meus pais.
Desde então sempre tive sonhos muito reais em locais repetidos e todos dentro da mesma cidade, muitas vezes sonhava dias a fio no mesmo local ou indo de um local para outro dentro desta mesma cidade, fato é que uma noite dessas lembrei de todos os locais e consegui de forma clara organizar os locais de forma coerente e situa-los dentro desta cidadela, além disso lembrei de pessoas, moda, veículos e organização social desta cidadezinha do mundo dos sonhos, tudo isso me foi permitido devido à dezenas de noites mal dormidas sonhando com estes locais ao longo dos anos, e agora vou tentar expor.
Não vou escrever minhas impressões, apenas descrever locais, pessoas, situações.
Primeiro vou tratar de onde acho (apenas acho) que se localiza esta cidade.
Acredito que seja uma cidade espiritual na costa do Umbral, não é um lugar de luz devido a condição das pessoas que lá vivem e nem da situação que os locais com os quais sonho se encontram.
Locais
Basicamente sonho com:
Estação ferroviária, metroviária e rodoviária.
Três prédios públicos, hospital, escola e morada.
Dois centros comerciais.
Uma mesquita.
Um cinema.
Três casas particulares, uma em ruínas, uma burguesa e outra em sítio.
Uma praia.

Estação Ferroviária:
Lembro de vários sonhos estar em uma estação de trem, as vezes ia em um sentido, as vezes em outro. O trem lembra muito os de Porto Alegre, bancos vermelhos e paredes amarelas, quase creme, portas de ambos os lados. No trem encontrava todo o tipo de gente,adulto, criança, mulheres, homens, jovens e idosos, não havia música ou muito diálogo, lembro do sol entrando pela janela, sempre havia lugar vago, ali eu descansava por vezes e até ficava sereno vendo a luz entrar pelas janelas. Haviam 3 estações que eu frequentei, uma delas tinha plataforma estreita, e dali enxergava um viaduto onde o trem passava depois de algumas voltas, neste viaduto moravam pessoas da rua, miséria, escuridão e umidade eram presentes sempre que passava por ali, medo era inevitável, nesta plataforma algumas vezes caí e vi caí pessoas nos trilhos, nunca houve pelo que sei nenhum acidente, apenas bons sustos. A outra plataforma ao contrário da primeira era bem maior, esta tinha primeiro e segundo piso, lembra as plataformas do Trensurb, porem esta tinha suas particularidades, haviam quatro escadas rolantes, duas subiam e duas desciam, no piso superior havia bancos para sentar, mas não passava trem, e havia uma esteira de malas como nos aeroportos, o compartimento desta esteira era no fundo da estação e lá tinha uma sala cheia de quinquilharias diversas, malas, roupas, baldes, vassouras, um canto de achados e perdidos, com uma luz verde e muita poeira, muito me escondi nesta sala com maleiros e sem janelas, esta ficava entre os dois banheiros da estação. No piso inferior era onde o trem passava, esta era ampla e não havia tantas pessoas, ou se haviam, não pareciam muitas dado o tamanho da plataforma. A terceira e última estação não lembro muito, visto que sonhei uma única vez, esta passei mais do lado de fora do que de dentro, do lado de fora havia um estabelecimento que deveria ser uma loja, este era de assoalho com tábuas largas, paredes brancas pintadas com cal e rodapés machados com cera vermelha, portas e tetos muitos altos, muitos dos móveis que também eram gigantescos, de aparência antiga e de madeira ou vidro estavam contra as paredes e enchendo duas das salas deste estabelecimento, os funcionários (talvez vendedores) revelavam com seus uniformes uma moda diferente de tudo que já havia visto, algumas moças usavam calçolas tamanho grande e camisetoes verde musgo desbotado e os rapazes uma espécie de botina, calças com cortes diferentes dos da moda que conhecemos e camisetões extra grandes, poucos arrastando móveis que eram pesadíssimos e outros tantos sentados e deitados de barriga no assoalho conversando da mesma forma que alguns na rua próximo aos pilares de concreto que cercavam a estação, dali peguei um veículo semelhante a um táxi e fui já atrasado para outro local.
Estação rodoviária:
Esta lembro muito pouco, sempre estava atrasado e as viagens sempre eram longas, não era ônibus interurbano, era simples e eu sempre embarcava próximo a um centro comercial bem humilde e sujo, só disso que lembro, neste local era sempre a tardinha e nunca havia sol, sempre nublado e com o chão calçado e molhado como se recem tivesse chovido, no chão misturava sujeira de cidade, barro, sopa de papel de panfleto e lixo em geral.
Estação metroviária:
Dessa não escrevo das estações, mas dos túneis que levam as estações, estes eram movimentados, sempre havia correria, eram amplos e numerosos, várias salas de máquinas e reformas em vários pontos, não havia tapume que separava as obras dos usuários, tudo podia ver, luz era mais fraca e lembro de várias vezes me perder ou pular guichês de bilhetes, havia escadas com três degraus entre alguns túneis e seus saguões de compra de bilhetes, e eu sempre aí dos túneis subindo uma escadaria de mais ou menos quinze degraus e me encontrava em uma calçada com uma espécie de revistaria e uma árvore ao lado e o vai e vem dos carros em uma avenida em frente a revistaria.

Prédios
Morada:
Havia um único edifício de dimensões inigualáveis e com dezenas de dezenas de apartamentos onde como tudo naquela cidade, os andares correspondiam a situação financeira, onde os andares mais baixos eram mais miseráveis e sujos e os mais altos limpos e sofisticados, todas as portas de entrada davam para o centro do prédio, de forma que todos viam as portas de todos, as escadas frágeis de metal contornavam as paredes e o corrimão era fino e rangia, nada seguro. Não morava ali, sonhei muitas vezes de estar fugindo de alguém e lembro de invadir e me esconder em muitos apartamentos, lembro de entrar em um que acredito ser mediano, paredes, janelas, portas e cortinas brancas, nenhuma decoração, luz branca. Me lembro de quando fugia de me esconder em apartamentos dos últimos andares, estes tinham paredes de carvalho, móveis de couro e tv's finas porem de marcas que não conheço, tinham sacada com vidros fumê, certa vez tive de pular de uma sacada para outra, tal era a perseguição.
Este prédio sonhei muitas e muitas vezes, inclusive quando criança desenhei as portas de cor verde para um adulto, muitas das portas tinha cadeado além da fechadura. Porém existiam no térreo três locais que me deixam curioso, com medo e muito intrigado, lá eu me escondia, um deles era cheio de tubulações enormes, lá era empoeirado, ninguém ia além de mim e um amigo que certa vez levei, existia uma fenda em uma das paredes em que eu passava com dificuldade, esta fenda dava abertura para uma sala enorme a esquerda e outra a direita, a dá direita eu entrava por uma fissura na parte de baixo da fenda, nessa saleta que era pequena havia muito pó e restos de coisas, caixas, roupas, ratos e muita cinza, como se fosse um grande filtro de condicionador de ar, era escuro e a pouca luz que vinha era de uma pequenina janela no canto mais alto de uma das paredes, ali eu nem alcançava. Na sala da esquerda o espaço era maior, lá era como se fosse um laboratório desativado, havia bancadas enormes de metal, muito pó, esqueletos de ratos no chão e esqueletos de pássaros em gaiolas nas paredes, no centro da sala havia um gerador enorme e na parede do fundo um exaustor gigantesco e que era a única coisa que se movia naquela sala fazendo um barulho com suas hélices de 1 metro cada, logo este mega exaustor ocupava toda a parede, as bancadas de metal tinham muitas ferramentas que eu não conheço sobre elas e cobertas de pó também. Lugar também sem luz, mas com luminosidade melhor pois era cercado de janelas no alto das paredes em toda sala e a luz cinza que vinha do exaustor. Lá era uma mescla de medo e segurança, já que ninguém conhecia além de mim.
Escola:
Esta, sonho não faz muitos anos, ela fica em uma rua ingrime, em frente a uma parada de ônibus e uma carrocinha de algo que lembra, e apenas lembra um cachorro quente, a entrada deste prédio me recorda a entrada da D'arte em Canela, uma escada de cada lado que se encontram em uma porta grande de madeira, lá dentro várias salas, havia um elevador e a opção das escadas, elevador geralmente cheio, escadas nem tanto, em um dos últimos andares havia as salas onde tinham computadores e a biblioteca, livros que nunca vi, assuntos que nunca ouvi falar, um dos banheiros eram simples, porem havia uma ala deste prédio como se fosse um internato, onde haviam banheiros longos com vários mictórios e gabines, este lugar era limpo apenas de manha, no resto do dia o chão era uma mistura de papel higiênico, folhas de caderno e urina, o cheiro era terrível e sempre perigoso, haviam em média de umas vinte gabines com portas de madeira que permitiam ver os pés de quem estava dentro.
Hospital:
Este foi um dos lugares mais horríveis que estive, mais uma vez os andares definem a posição social, os mais elevados eram limpos e brancos, com vidros e ótimo atendimento, já outros andares eram depósitos humanos, não me permitiam ir nos andares mais elevados, já nos outros andares eu não era notado, um dos andares me marcou muito, andar de deficiência física, neurológicas e acidentes, neste andar lembro muito os corredores do Hospital Santa Marta em Porto Alegre, porém todas as portas eram brancas, o chão era creme e muitos doentes vagavam pelos corredores, todas as portas eram destrancadas, eu vira volta abria uma destas portas, nos quartos as luzes eram cor vermelha, lembra muito as salas que revelam fotos na banheira e penduram em um varal até as fotos secarem com aquela luz vermelha. Dentro destes quartos ví de tudo, dementes amarrados nas camas, gente sem uma parte da cabeça, gente em camisa de força, gente gritando e enfermeiro tentando conter, gente na mesa de cirurgia sendo amputada, gente sendo cerrada e em alguns quartos a luz era branca, havia cadeira geralmente ocupada por algum demente, ninguém falava ou se importava com minha presença, havia também quem limpava o local, usavam roupa verde água e passavam bruxas no chão tão sujas que apenas espalhavam mais a sujeira, Muitos dos doentes estavam no chão dos corredores e ninguém se importava. O que mais me chocou neste local é em algum local aberto, como se fosse o térreo do prédio, lá havia muitos gritos e um som com música alta, com o objetivo de abafar os gritos de dor, lá era um grande depósito de meio mortos, havia uma grande piscina, realmente enorme, quem lá caía não sobreviveria a queda e se sobrevivesse não conseguiria subir, tal era a altura, lá havia um trampolim, os enfermeiros ou quem coordenava a bagunça iam empurrando as pessoas mutiladas ou dementes para este trampolim, estes caíam em uma pilha de corpos, onde alguns já estavam mortos e outros urravam agonizando, ratos comiam corpos, corvos e urubus na volta e a música sempre alta, os coordenadores que jogavam os corpos vivos nesta piscina humana pareciam indiferentes e até quase faceiros com a situação e a música alta, um verdadeiro inferno, não consigo descrever a sensação e nem o local por mais que escrevesse, mas este foi o local dos quais mais me perturbou.

Centros comerciais
Centro comercial menor:
Este se localizava próximo a parada de ônibus que eu embarcava, lá eram bancas pobres a maioria vendia coisas da moda e produtos eletrônicos nada parecido com o que conhecemos, os produtos eram na maioria repetidos, o local cheio de goteiras, pouca mercadoria, péssimo atendimento, lugar perigoso e escuro já que estava sempre nublado, telhado em curva e tudo barato, eu nunca tinha dinheiro, por isso só olhava, este local ficava umas 4 quadras da escola e seis do centro onde estava a mesquita. Havia quase uma sobre loja e lá era um pouco mais limpo, as roupas ficavam dobradas em prateleiras de madeira, luz tinha, mas havia muito assalto, várias vezes assaltaram o local, eu mesmo tive oportunidade roubar no local em meio a bagunça, cheguei a pegar a mercadoria na mão e esconder embaixo da blusa, mas devolvi.
Centro comercial maior:
Este era amplo e ficava no centro, duas quadras da mesquita porem na direção oposta da escola, também ficava perto do cinema e paralelo a uma rua cheia de drogarias, este centro tinha cinco saídas e uma saída e entrada para funcionários, porta pequena salinha branca de alvenaria. A ordem deste centro comercial era confusa, uma loja de roupas cheia de cabides ficava ao lado de uma lancheria estilo McDonalds porem muito mais sujo, eu podia passar entre as roupas e quando me dava conta estava na lancheria, existia outras lojas com poucas roupas e alguns chapéus, o que eu mais achava e acho engraçado é a moda da cidade-la, é algo diferente e inexplicável, não nem semelhante com algo que já vestiu ou vestirá alguém do planeta Terra, lembro que uma das saídas tinha uma lojinha de eletrônicos e roupas, não me dava bem com o dono desta loja que sempre tentava roubar dos clientes. No centro onde todos os corredores deste centro comercial se encontravam não havia nada, apenas enormes salas como as salas vip's de ônibus interestadual nas rodoviárias, porem tudo limpo e vazio, me lembro apenas de um conhecido no qual eu abanava de um lado do vidro e ele não vinha ao meu encontro. Lembro também de uma quadra após este centro haver um grande e único mercado onde toda essa gente compravam seus mantimentos, era tão lotado, sujo e confuso que eu não conseguia entrar.
Mesquita:
Esta nunca entrei, é como se fosse uma mesquita Israelita, mas não sei dizer, a religião moda, não totalmente diferentes de tudo que já vi, nesta praça aconteceram muitas coisas, houve certa vez uma guerra civil nesta cidade, em um outro sonho esta guerra civil continuava, provando que o tempo corria em uma velocidade natural e que meus sonhos eram em sequência, além disso, essa mesquita é o centro/vértice de toda a cidade, uma rua que liga a mesquita ficam muitos ambulantes no chão, sujos, vendendo quinquilharias, outras das ruas dá em uma passarela e em vários pontos de ônibus, lá muito comi pois é mais barato, na passarela vende-se doces e salgados apenas. Passei por esta mesquita no último sonho que tive onde o Alexandre me perseguia, o Alexandre me seguia pelo meu padrão vibratório como se me farejasse, ele não corria, apenas pisava forte como se tivesse toneladas e tinha uma neblina negra envolta dele, como se ele fosse o demônio, além do som gutural que vinha dele, apesar disso ele se vestia bem, com uma camisa azul marinho com riscas, calça social e sapato, neste sonho passei pela rua das drogarias onde escondi uma mochila e despistei o Alexandre entrando em um cinema que confundi com uma loja.
Cinema:
Este cinema tinha o saguão com paredes pretas, uma escrivaninha em uma das paredes onde tinha uma recepcionista de biquíni, nas paredes haviam cartazes dos filmes, todos pornôs. Recepcionista era albina, olho azul quase branco, corpo magro e manchas que eu suspeito fosse câncer de pele e um cabelo branco que ela tentou pintar de perto que ganhou tons brancos e castanhos, de repente abrem-se as portas das salas de cinema e começam a sair os casais e isso mais uma vez me chocou, eram pessoas deformadas, rostos deformados, alguns homens com rostos queimados de cabelo cumprido usando roupas femininas, mulheres sem pernas e todos encarando tudo isso com naturalidade, casais de mãos dadas sem ligar para roupa ou deformidade, lembro que todos pegaram o metrô e eu estava em uma encruzilhada próximo ao grande mercado, e apenas isso.

Três casas particulares
Casa em ruínas:
Tinha aparência de que em algum momento tinha sido uma bela casa, aliás, como tudo naquela cidade, esta casa era dividade em três partes, dormitórios na parte da frente, junto com demais dependências, logo atrás havia uma piscina toda rachada e depois um quiósque e carros destruídos, apenas isso, uma casa muito semelhante a esta só que muito maior, lembrando as colôniais com inúmeros quartos eu lembro de invadir no campo durante uma guerra, lembro de termos matado vários soldados, que chovia e que nas paredes tinha peças de rostos e as camas estavam molhadas por conta da chuva e telhado destruído, chão de madeira escura, muita gente morta, este sonho tive aos oito anos.
Casa maior:
Esta casa ficava próximo ao prédio residencial que tinha citado, esta casa era grande, ampla e limpa, nela morava a outra pessoa além do Alexandre que eu conhecia deste lado, que era o Pedro Henrrique Lunardi dos Santos, ele tinha um quarto pequeno no segundo piso desta csa e vários brinquedos, uma cama de colcha azul e a janela dava para o pátio da casa e uma rua sem nenhuma outra casa, no mesmo piso do quarto do Pedro haviam outros quartos encarpetados e com roupeiros escuros cheiro de roupas encabidadas, tv's que apenas chiavam sem sinal e cama de casal com adredons brancos e cobertores marrom escuro como os roupeiros, lembro de eu me escondendo entre as roupas, com medo que me achassem, o Pedro nunca estava ou nunca este lá, sei que ali era morada dele, mas nunca vi ele ali, como se tivesse saído as pressas junto com todos daquela casa.
Sítio:
Havia um sítio que eu era perseguido por uma família, lembro que a casa era de madeira, com um porão dois andares e um sótão, porem era construída de qualquer jeito, impressão que cairia a qualquer momento, lembro que certa vez fui encurralado e tive de subir ao sótão quando cheguei lá ouvi um zumbido, como estivesse em uma colméia, quando olha nas paredes, todas as paredes cobertas por insetos que zumbiam raivosos, tentei não respirar, mas não houve jeito, fui atacado e quase morri, meu maior medo não era morrer, era ir para o hospital e ser jogado na piscina humana.
E em fim a praia, lá não lembro muita coisa, sei que era como se fosse uma vila de pescadores onde as águas e ondas invadiram a praia e a vila e matou quase todos afogados, todos que de certa forma eu conhecia, tinham morrido afogados e eu tinha escapado pois fui para um local pedrogoso e mais uma vez miserável onde tudo era cinza e lá não tinha nada além de barro, cinzas, pedras e nuvens.

O que posso dizer de tudo isso é que visito este lugar, não sei qual minha missão, mas sei que já presenciei uma guerra realmente grande e um conflito civil, lá as pessoas tem todas defeitos no corpo ou algum tipo de deficiência, há poucas crianças e idosos, sujeira, barro, cinzas, pó e pobreza dominam este local, a moda, veículo, religião, comida são diferentes daqui, a dor é algo comum entre todos, não existe espelho e nem sorriso na cidade, existe uma espécie de rotina e organização social, mas não vi governo e nem instalações deste gênero, existe o desejo sexual por conta do cinema pornô, existe riqueza mas não existem quase ricos, tudo é muito velho e sujo, o cheiro é de fumaça, terra molhada, chove pouco, mas esta sempre tudo úmido e o único lugar que vi o solo foi dentro do trem e nada mais.
Não sei o que isso tudo quer dizer, sei que existe, mas não sei onde é e não gostaria de ir para lá, mas sinto quase como uma certeza meu ingresso neste local.

MK

Privacidade é isso.



Conceito.: Privacidade é a habilidade de uma pessoa em controlar a exposição e a disponibilidade de informações acerca de si.

Mas para mim é muito mais, é poder tomar banho e me trocar no quarto, é checar meus e-mails apenas de cueca na sala com o televisor ligado, é ir ao banheiro de porta aberta, é caminhar sem receio de acordar ninguém, é faxinar de madrugada, escovar os dentes na cozinha, é lavar a louça no outro dia depois de uma festa do arromba em casa, é derramar vinho tinto/molho vermelho/etc na toalha e não se preocupar o que vão pensar/dizer, afinal, a toalha é sua e quem vai limpar é você. É levar a sua parceira para a sua cama e fazer o barulho que tiver de fazer em uma noite mais "quente", é dormir no sofá com a TV ligada... e por aí vai.... saudade dessa privacidade.

MK


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Família que a tempos não sentia.

Ontem foi um dia muito especial.
Saí de carro junto da minha companheira e minha enteada.
Coloquei música e cantamos, parece "retardatismo" ou feliz por nada, mas para mim foi muito.
Enquanto não sou pai, sempre serei o filho, e agora me sinto construindo uma família aos poucos, conquistando a confiança e me sentindo responsável por outros e isso, ah, isso não tem preço.